INTRODUÇÃO

A imagem que a mulher tem de si mesma continua confusa. Suas recentes conquistas comportamentais não foram suficientes para escapar dos velhos modelos maniqueístas que flutuam entre Evas e Marias (culpadas e submissas) e Salomés e Madalenas (fatais e pecadoras). E isso em plena modernidade, no início do terceiro milênio!

Acontece que, antes destes últimos 2000 anos, - e por muitos milênios - as mulheres dispunham de possibilidades de identificação infinitamente mais criativas: as deusas, ditas primitivas ou pagãs, compunham um leque mitológico com variedade e sutileza de perfis femininos.

Nesse período da história, identificar-se era um fenômeno concreto. Héstia, Hera, Deméter, Atená, Ártemis, Afrodite e Hécate povoavam a vida cotidiana dos antigos gregos. Hoje, a metáfora é instrumento suficiente do imaginário; mas, se há tantas possibilidades à disposição, por que contentarmo-nos com tão poucas?

Silvia Klein

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